Mouraci José Siqueira Gamllardo
Terceiro lugar no Prêmio Soldador Padrão 2025
Destaque Arame Tubular em 2019
Destaque MAG em 2016
Destaque Prova Teórica em 2016
Destaque Eletrodo Revestido em 2009
Histórias Inspiradoras: Da casa de madeira ao pódio do Soldador Padrão
“Cresci numa casa de madeira em Jundiaí, com meus pais e quatro irmãs. Aos seis anos, fomos despejados. Aos quinze, entrei numa metalúrgica e vi pela primeira vez uma solda MIG/MAG. Foi ali que tudo começou.”
Mouraci José Siqueira Gallardo, hoje com 42 anos, casado e pai da Gabriella e do Matheus, é um exemplo de como a soldagem pode transformar vidas. Sua trajetória é marcada por coragem, resiliência e uma busca constante por conhecimento.
Sua história com o Prêmio Soldador Padrão começou em 2009. Voltou em 2016 e 2019 recebendo prêmios de destaque por seu desempenho técnico em várias etapas. “Cada participação era uma chance de aprender, me testar, entender onde eu podia melhorar.” A conquista do terceiro lugar em 2025 coroou uma jornada construída com paciência, técnica e paixão pela soldagem.
Após um período no comércio, Mouraci decidiu investir tudo o que tinha em cursos no SENAI. Aprendeu soldagem, traçagem e caldeiraria. Com o incentivo do sogro — funcionário da Siemens — viu na soldagem uma oportunidade real de crescimento. Passou por empresas como Elino Fornos e Memap, até chegar à Voith, onde atua até hoje.
Na Voith, dominou processos como eletro escória, arco submerso e alívio de tensão, além de liderar projetos de caldeiraria pesada. Em 2009, sofreu um acidente de moto e fraturou o joelho. Na época, cursava Inspetor de Soldagem. Muitos teriam desistido — ele não. Enfrentou uma rotina exaustiva: saía às 5h da manhã, pegava dois ônibus e um metrô, tudo com muletas. “Foi um dos períodos mais difíceis da minha vida, mas eu sabia que aquele esforço ia me levar mais longe.” E levou.
Formou-se como Tecnólogo em Processos Metalúrgicos e se especializou internacionalmente em soldagem pelo IIW/DVS. Hoje, atua como consultor técnico, liderando melhorias de produtividade e compartilhando conhecimento com os mais jovens.
Entre os projetos mais marcantes, destaca o reparo de uma trinca de 500 mm em um rotor de 320 toneladas na usina de Belo Monte. A responsabilidade era imensa: qualquer erro poderia comprometer uma estrutura crítica. “Foi um momento de muita pressão, mas também de realização. Saber que confiam em mim para algo tão grande me mostrou o quanto valeu a pena cada esforço.”
Seu maior sonho? Transmitir tudo o que aprendeu para as próximas gerações. E seu conselho para quem está começando: “Persistam. A soldagem exige dedicação, mas oferece dignidade, respeito e futuro. A união da teoria com a prática é o que leva à excelência.”
Essa é a história de Mouraci. E você? Tem uma trajetória que merece ser contada?







